terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Conteúdo da 5ª Prova - 2010 Literatura Brasileira I

1. A formação do sistema literário brasileiro (tese de Antonio Candido)
2. A literatura de informação.
3. A literatura jesuítica.
4. O Barroco.
5. A poesia de Gregório de Matos.
6. Sermões, de Padre Antônio Vieira.
7. O Arcadismo no Brasil.
8. A poesia de Cláudio Manuel da Costa.
9. Marília de Dirceu, de Tomás Antônio Gonzaga.
10. O Uraguai, de Basílio da Gama.
11. O Romantismo no Brasil.
12. As três gerações da poesia romântica.
13. O indianismo de Gonçalves Dias.
14. O ultrarromantismo de Álvares de Azevedo.
15. O abolicionismo de Castro Alves.
16. O romance romântico.
17. Memórias de um sargento de milícias, de Manoel Antônio de Almeida.
18. Senhora, de José de Alencar.
19. O guarani, de José de Alencar.
20. O seminarista, de Bernardo de Guimarães.

Obs.: Será contemplado o conteúdo do ano inteiro, pois, segundo a coordenação do curso, não é permitido pelo regulamento da universidade que a 5ª Prova contemple parcialmente o que foi dado na disciplina.

Conteúdo da 5ª Prova - 2010 Literatura Portuguesa II

1. O Realismo em Portugal.
2. O primo Basílio, de Eça de Queirós.
3. "No moinho", conto de Eça de Queirós.
4. A poesia de Guerra Junqueiro.
5. A poesia de Cesário Verde.
6. O Simbolismo-Decadentismo em Portugal.
7. A poesia de Eugénio de Castro.
8. A poesia de Camilo Pessanha.
9. O Modernismo em Portugal.
10. A geração da revista Orpheu.
11. A poesia de Mário de Sá-Carneiro.
12. A confissão de Lúcio, de Mário de Sá-Carneiro.
13. A poesia de Fernando Pessoa.
14. Fernando Pessoa ortônimo (ele-mesmo)
14. Os heterônimos pessoanos na poesia: Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis.
15. Tendências contemporâneas.
16. A ficção de José Saramago: Memorial do convento, A caverna, Jangada de pedra, O ano da morte de Ricardo Reis e O evangelho segundo Jesus Cristo.

Obs.: Procurem seguir o conteúdo através das questões dos estudos dirigidos propostos ao longo do ano.

sábado, 19 de junho de 2010

Estudo dirigido II bimestre: Questão 2

O Impressionismo e o Simbolismo são, ambos, movimentos do fin-de-siécle. Quais as semelhanças entre os dois?

Impressão, nascer do sol, de Claude Monet

Excerto do Conto da Ilha Desconhecida, de José Saramago

"Em menos de um quarto de hora tinham acabado a volta pelo barco, uma caravela, mesmo transformada, não dá para grandes passeios. É bonita, disse o homem, mas se eu  não conseguir arranjar tripulantes suficientes para a manobra, terei de ir dizer ao rei que já não a quero, Perdes o ânimo logo à primeira contrariedade, A primeira contrariedade foi estar à espera do rei três dias, e não desisti, Se não encontrares marinheiros que queiram vir, cá nos arranjaremos os dois, Estás doida, duas pessoas sozinhas não seriam capazes de governar um barco destes, eu teria de estar sempre ao leme, e tu, nem vale a pena estar a explicar-te, é uma loucura, Depois veremos, agora vamos mas é comer. Subiram para o castelo de popa, o homem ainda a protestar contra o que chamara loucura, e, ali, a mulher da limpeza abriu o farnel que ele tinha trazido, um pão, queijo duro, de cabra, azeitonas, uma garrafa de vinho. A lua já estava meio palmo sobre o mar, as sombras da verga e do mastro grande vieram deita-se-lhes aos pés. É realmente bonita a nossa caravela, disse a mulher, e emendou logo, A tua, a tua caravela, Desconfio que não o será por muito tempo, Navegues ou não navegues com ela, é tua, deu-ta o rei, Pedi-lha para ir procurar uma ilha desconhecida, Mas estas coisas não se fazem do pé para a mão, levam o seu tempo, já o meu avô dizia que quem vai ao mar avia-se em terra, e mais não era ele marinheiro, Sem tripulantes não poderemos navegar, Já o tinhas dito, E há que abastecer o barco das mil coisas necessárias a uma viagem como esta, que não se sabe aonde nos levará, Evidentemente, e depois teremos de esperar que seja a boa estação, e sair com a boa maré, e vir gente ao cais a desejar-nos boa viagem, Estás a rir-te de mim, Nunca me riria de quem me fez sair pela porta das decisões, Desculpa-me, E não tornarei a passar por ela, suceda o que suceder. O luar iluminava em cheio a cara da mulher da limpeza, É bonita, realmente é bonita, pensou o homem, que desta vez não estava a referir-se à caravela. A mulher, essa, não pensou nada, devia ter pensado tudo durante aqueles três dias, quando entreabrira de vez em quando a porta para ver se aquele ainda continuava lá fora, à espera. Não sobrou migalha de pão ou de queijo, nem gota de vinho, os caroços das azeitonas foram atirados para a água, o chão está tão limpo como ficara quando a mulher da limpeza lhe passou por cima o último esfregão. A sereia de um paquete que saía para o mar soltou um ronco potente, como deviam ter sido os do leviatã, e a mulher disse, Quando for a nossa vez faremos menos barulho. Apesar de estarem no interior da doca, a água ondulou um pouco à passagem do paquete, e o homem disse, Mas baloiçaremos muito mais. Riram os dois, depois ficaram calados, passado um bocado um deles opinou que o melhor seria irem dormir, Não é que eu tenha muito sono, e o outro concordou, Nem eu, depois calaram-se outra vez, a lua subiu e continuou a subir, em certa altura a mulher disse, Há beliches lá em baixo, o homem disse, Sim, e foi então que se levantaram, que desceram à coberta, aí a mulher disse, Até amanhã, eu vou para este lado, e o homem respondeu, E eu vou para este, até amanhã, não disseram bombordo nem estibordo. Decerto por estarem ainda a praticar na arte. A mulher voltou atrás, Tinha-me esquecido, tirou do bolso do avental dois cotos de vela, Encontrei-os quando andava a limpar, o que não tenho é fósforos, Eu tenho, disse o homem. Ela segurou as velas, uma em cada mão, ele acendeu um fósforo, depois abrigando a chama sob a cúpula dos dedos curvados, levou-a com todo o cuidado aos velhos pavios, a luz pegou, cresceu lentamente como faz o luar, banhou a cara da mulher da limpeza, nem seria preciso dizer o que ele pensou, É bonita, mas o que ela pensou, sim, Vê-se bem que só tem olhos para a ilha desconhecida, aqui está como as pessoas se enganam nos sentidos do olhar, sobretudo ao princípio. Ela entregou-lhe uma vela, disse, Até amanhã, dorme bem, ele quis dizer o mesmo doutra maneira, Que tenhas sonhos felizes, foi a frase que lhe saiu, daqui a pouco, quando lá estiver em baixo, deitado no seu beliche, vir-lhe-ão à ideia outras frases, mais espirituosas, sobretudo mais insinuantes, como se espera que sejam as de um homem quando está a sós com uma muulher. Perguntava-se se já dormiria, se teria tardado a entrar no sono, depois imaginou que andava à procura dela e não a encontrava em nenhum sítio, que estavam perdidos os dois num barco enorme, o sonho é um prestidigitador hábil, muda as proporções das coisas e as suas distâncias, separa as pessoas, e elas estão juntas, reúne-as, e quase não se vêem uma à outra, a mulher dorme a poucos metros e ele não soube como alcança-la, quando é tão fácil ir de bombordo a estibordo".

sexta-feira, 18 de junho de 2010

José Saramago

Morre aos 87 anos o escritor português José Saramago

Morreu nesta sexta-feira, aos 87 anos, o escritor José Saramago.

A morte de Saramago foi confirmada à imprensa portuguesa pelo seu editor, Zeferino Coelho. "Aconteceu há pouco", disse em entrevista à emissora de televisão RTP. "Estava doente há algum tempo, às vezes melhor outras vezes pior."

Veja fotos do escritor José Saramago

Fontes da família confirmaram a agências internacionais que Saramago estava em sua casa em Lanzarote, nas Ilhas Canárias, onde morava há vários anos.

A morte ocorreu por volta das 13h no horário local (8h de Brasília), quando o escritor estava em casa acompanhado da mulher e tradutora, Pilar del Río, informa a agência Efe.

José Saramago havia passado uma noite tranquila. Após ter feito o desjejum de costume e conversado com a mulher, começou a sentir-se mal e pouco depois morreu

Vencedor do prêmio Nobel de Literatura em 1998, Saramago nasceu em Azinhaga em novembro de 1922. Autodidata, publicou seu primeiro trabalho, "Terra do Pecado", em 1947.


Seu trabalho seguinte, "Os Poemas Possíveis", seria lançado 19 anos mais tarde e pelos anos seguintes ele se dedicaria principalmente à poesia e ao jornalismo.

Saramago volta à prosa no final da década de 1970. Seu estilo característico começa a ser definido em "Levantado do Chão" (1980) e em "Memorial do Convento" (1982).

Em 1991, Saramago lança sua obra mais polêmica, "O Evangelho Segundo Jesus Cristo".

Considerada blasfema, a obra foi excluída de uma lista de romances portugueses candidatos a um prêmio literário pelo Subsecretário de Estado adjunto da Cultura de Portugal, Sousa Lara, sob a alegação de que não representava o país.

(Fonte: Folha Online)

José Saramago

terça-feira, 15 de junho de 2010

Estudo dirigido II bimestre: Questão 1

Por que o poema Correspondances, de Charles Baudelaire vem a consistir em obra precursora do movimento simbolista?

Buda, de Odilon Redon

Programa da disciplina Literatura Portuguesa II

EMENTA:

Estudo das manifestações literárias portuguesas a partir da segunda metade do Séc. XIX: Realismo-Naturalismo, Decadentismo-Simbolismo, Modernismo, Pós-modernismo e tendências contemporâneas.


OBJETIVOS:

Levar o aluno a ler e a interpretar as obras do período estudado, inserindo as manifestações literárias no contexto cultural europeu;

Levar o aluno a interpretar a expressão literária portuguesa comparativamente à brasileira.

PROGRAMA:

1º bimestre

Realismo-Naturalismo: contexto histórico e características;

Principais expressões da poesia finissecular do XIX;

O romance de Eça de Queirós;


2º bimestre

Introdução ao contexto sócio-cultural do século XX: Modernismo;

O Orfismo de Mário de Sá-Carneiro (poesia);

O Orfismo de Mário de Sá-Carneiro (prosa)

Fernando Pessoa e a produção literário-crítica dos heterônimos.

3º bimestre

O Presencismo em José Régio;

O Neo-realismo em Miguel Torga e Branquinho da Fonseca

A emergência da Pós-modernidade em Augusto Abelaira;

4º bimestre

Tendências contemporâneas na poesia e no conto: Herberto Helder;

Tendências contemporâneas no romance: José Saramago

METODOLOGIA:

O curso será ministrado por meio de aulas expositivas, em que a professora apresentará os principais questionamentos acerca dos assuntos a serem tratados. O aluno participará das discussões, mediante a leitura prévia de textos teóricos e literários selecionados.

A utilização de filmes, gravuras e canções será feita sempre que tais meios facilitem e/ou enriqueçam as discussões.

AVALIAÇÃO:

Serão efetuadas pelo menos duas avaliações formais no bimestre: uma delas escrita, individual e sem consulta, a outra por meio de seminários ou por meio de trabalhos em grupo.


REFERÊNCIAS:

Básica

ABDALA – JUNIOR, Benjamin. Movimentos e estilos literários. São Paulo: Scipione, 1995. (Margens do Texto).

______ . PASCHOALIN, Maria Aparecida. História social da literatura portuguesa. 3. ed. São Paulo: Ática, 1990.

CALBUCCI, Eduardo. Saramago: um roteiro para os romances. São Paulo: Ateliê Editorial, 1999.

D’ONÓFRIO, Salvatore. Literatura Ocidental: autores e obras fundamentais. São Paulo: Ática, 2002.

MONIZ, António. Para uma leitura de sete poetas contemporâneos. Lisboa: Editorial Presença,1997.

SARAIVA, Antônio José; LOPES, Oscar. História da literatura portuguesa. 15. ed. Porto: Ed. Porto, 1980.


Complementar

CARVALHO. Questão coimbrã. Dicionário do romantismo literário português. Lisboa: Caminho, 1997, p. 453-459.

FRIEDRICH, Hugo. A estrutura da lírica moderna. São Paulo: Duas Cidades, 2001.

HAUSER, Arnold. História social da arte e da literatura. São Paulo: Martins Fontes, 1995.

MOISÉS, M. A literatura portuguesa. São Paulo: Cultrix, 1978.

OLIVEIRA, Clenir Bellezi de. Arte Literária – Portugal/Brasil. São Paulo: Moderna, 1999

REIS, Carlos et al. Dicionário de teoria da narrativa. São Paulo: Ática, 1988. QUENTAL, A. Bom senso e bom gosto. In: FERREIRA, A. (org.). Bom senso e bom gosto: Questão coimbrã. Lisboa: Portugália, s/d, p. 71-88.


Textos poéticos e ficcionais:

ABELAIRA, A. Menina Olímpia e sua criada Belarmina. In: Histórias de Mulheres

Antologia de poemas do Realismo português (Antero de Quental; Cesário Verde; Guerra Junqueiro);

Antologia de poemas do Simbolismo português (Camilo Pessanha e Raul Brandão).

HELDER, H. Antologia poética.

_____. Os passos em volta.

PESSOA, F. Ficções do interlúdio.

QUEIROZ, E. A cidade e as serras. São Paulo: Brasiliense, 1962.

_____. O crime do padre Amaro.

_____. O Primo Basílio.

_____. No moinho; O tesouro. In: ____. Contos. Rio de Janeiro: Tecnoprint, s/d.

SÁ-CARNEIRO, M. Antologia poética.

_____. Confissão de Lúcio.

SARAMAGO, J. O ano da morte de Ricardo Reis.

_____. Memorial do convento.

_____. O evangelho segundo Jesus Cristo.

TORGA, M. Os bichos.

______. Novos contos da montanha.

______. Rua.